quarta-feira, julho 27, 2005

A GAROTINHA

Era mais um final de tarde poeirento que Agenor suportava. Tossia muito e as suas forças pareciam faltar, mesmo assim continuava puxando a carroça, entulhada de garrafas, jornal velho e lataria. Entrou no ferro-velho e despejou tudo em cima da balança. As suas costas lanhadas não valeram tanto esforço: ganhara apenas cinco reais; estava quase morrendo e ainda sim, teria que se dar por satisfeito, pois havia dia que só conseguia metade desta quantia.
Entrou num bar e pediu bebida. Bebeu vários copos de pinga rapidamente; quando se sentiu suficientemente bêbado, pediu a conta e se surpreendeu ao constatar que deu exatamente os cinco reais que tinha. "Eu não comi nada", pensou enquanto saía do bar, mas estava atordoado demais pelo álcool.
Como sempre fazia, procurou um lugar para dormir nas enormes tubulações de esgotos abandonadas na beira do córrego. Deixou a carroça próxima e se esgueirou pelo mato até encontrar um bom lugar para dormir.
Foi quando ouviu uma voz fina e triste:
"O senhor poderia me ajudar?".
Agenor se assustou e deu um passo para trás até reconhecer a pequena e frágil dona da voz: uma garotinha de cabelos escuros; olhos grandes e amendoados.
"O que faz aqui?", ele perguntou ainda atordoado com aquela repentina aparição.
"Estou perdida, meu senhor. Pode me ajudar?".
Agenor olhou bem para a garotinha. Apesar do jeito infantil, parecia mais velha do que queria aparentar. Vestia uma saia extremamente curta, calçava uma botinha escura e a blusa estava amarrada na cintura, exibindo os seus seios pequenos e pontudos.
Definitivamente não parecia uma garotinha perdida.
"O que faz aqui?".
"Eu já disse: estou perdida."
Agenor coçou a barba.
"Eu vim daquele lado", ela se virou e apontou para o outro lado do córrego.
Agenor não olhou para o lugar que ela apontava, mas olhou diretamente para a calcinha entrando no meio da bunda da garota.
Seus olhos, que já estavam injetados por causa da bebida, se tornaram cheios de luxúria e o fogo do desejo tomou conta do seu corpo.
"O senhor pode me ajudar?".
Agenor olhou mais uma vez para ela. Não estava sonhando: a garota se insinuava. E que importava a diferença de idade? Que importava se ele estava vestido como um mendigo e fedendo a álcool? O que importava realmente era que estava sem mulher há muito tempo e aquela garota se tornava uma tentação, ainda mais naquele lugar, longe de qualquer olhar.
"O que o senhor está fazendo?".
Agenor se aproximou e enfiou a mão por entre os seios dela e os afagou. "A desgraçada está deixando",ele pensou e sentiu um formigamento delicioso no seu pau, tanto tempo adormecido.
"O que o senhor quer de mim?"
Agenor queria se enfiar entre as pernas dela e chupá-la. E foi isto que fez. Ele teve que suspender a garota com as duas mãos para poder encaixar a boca na sua xota.
"Ai, moço, eu não quero que faça isso!".
Ele ia fazer muito mais...
Depois de chupar aquela xoxota jovem, Agenor a jogou no chão. Ela fechou os olhos e começou a choramingar:
"Não faz! Não faz!".
Ele fez. E que satisfação era estar dentro de uma bucetinha quente e apertada.
Agenor fechou os olhos e se deixou levar pela sensação morna que enchia seu corpo. Era como se ambos estivessem desaparecendo num enorme nada.
Só que a sensação durou poucos segundos...
Ele sentiu que o corpinho duro começou a ficar sem vida, se tornando mole como um bolo fofo. Quando se deu conta, viu uma enorme gosma verde cobrindo o corpo da garota. Não teve tempo para olhar para o rosto em forma de inseto, pois sentiu um tentáculo entrando pelo seu olho e o perfurando, fazendo com que uma torrente de sangue esvaísse pelo buraco recém aberto.
Ele gritou horrorizado e tentou se levantar, mas uma enorme pata cheia de pêlos o pegou pelo pé o trouxe até uma boca enorme e ameaçadora.
O velho Agenor foi triturado até o fim.
A noite estava linda...
Uma lua romântica e apaixonada aparecia entre as árvores. Do outro lado do córrego, um casal de namorados se despedia num clima cheio de ternura e já de saudades.
"A noite está linda!", a namorada suspirava nos braços do namorado, que nada dizia.
"Não dá nem vontade de ir embora! Dá vontade de ficar para sempre com você", ele disse depois de um tempo.
Ela sorriu, os seus olhos azuis brilhavam:
"Como você está romântico! Parece que a lua te inspirou"
"Você me inspirou, meu amor. Só você!".
Eles se beijaram. A garota sentiu um arrepio percorrendo seu corpo. Os seios ficaram intumescidos. Ele percebeu e os acariciou por cima da blusa.
"Não... não faz assim... eu não posso... hoje não..."
Ele parecia não querer parar. A garota sentiu o pau duro do namorado por cima da calça e o apertou suavemente. Ele suspirou.
"Maria Beatriz! Está na hora de entrar!".
A voz da mãe vinha com se fosse o soco de um peso-pesado.
"Vai, meu amor, até amanhã..."
Eles se beijaram mais uma vez.
"Até manhã, Beatriz!".
"Até manhã, Celso!".
Ela fechou o portão e ele entrou no carro. Buzinou e saiu. No meio do caminho, pensou: "A velha tinha que cortar meu barato? É tarde e ainda vou ter que bater uma quando chegar em casa. Se a Beatriz não fosse tão bonita, eu já teria terminado tudo. Um mulherão daqueles e eu vou ter que me masturbar. Ainda mais que eu não sou mais uma..."
A palavra "criança" ficou pendurada no cabide do seu cérebro.
Celso diminuiu a velocidade do carro para certificar se estava mesmo vendo uma garotinha andando quase nua pela calçada de uma rua deserta.
Passou por ela e viu uma carinha linda e um olhar carente e apaixonado.
Celso não conseguiu raciocinar – agiu por impulso – e parou o carro, esperando que a garotinha se aproximasse.
Ele abaixou o vidro e a chamou quando ela passava pelo carro.
A garotinha se aproximou da janela:
"O que é?"
"O que faz uma... garota... andando assim... a estas horas?"
Ela não respondeu nada. Ela ficava olhando para o meio das pernas de Celso, que sentiu o olhar e ficou excitado.
"Você é...você faz...?
Ela continuou calada.
"Quantos anos você tem? Quer entrar no carro?"
Celso ficou surpreso quando a garota disse "sim" com a cabeça e abriu a porta do carro e entrou, sentando-se ao seu lado, com uma carinha inocente e triste.
"Me leva pra casa?"
"Onde você mora, garota?"
"Muito longe. Me leva pra casa?"
Celso olhou para os lados. Não havia ninguém. De um lado, havia uma construção abandonada, do outro, casas velhas, com a aparência de não serem habitadas há séculos.
Celso olhou para a garotinha; seu sangue estava fervendo cada vez mais: esqueceu de Beatriz, esqueceu das promessas, esqueceu de tudo e atacou a garotinha com beijos lascivos dignos de um sátiro.
"O que estou fazendo?", ele pensou por um momento, mas a tara o dominou completamente e a vontade era de beijar sem parar todo o corpo da garota.
Ela deixava, mas lágrimas começaram a escorrer pelos seus olhos:
‘Não faz assim... eu não quero, moço... por favor... não faz..."
Celso se impacientou com aquele jeito e se surpreendeu ao gritar com ela:
"Cala a boca, sua vagabundinha. O que você pode estar querendo andando seminua pela noite?"
"Estou perdida. Você tem que me ajudar".
"Você não tá perdida: você é uma perdida! Isto que você é!".
Celso tirou o pau pra fora e virou a bunda da garota. Pela pouca idade, ela tinha um belo rabinho. Ele abaixou a calcinha e começou a fodê-la.
Estava em delírio ao sentir aquele cuzinho apertado e quente. A garota já não choramingava, agüentava o tranco e com certeza a vagabundinha estava até gostando.
Celso fechou os olhos e sentiu o ânus da ninfeta apertando com força o seu cacete. Com tanta força que o que a principio parecia um prazer, começou a se tornar uma dor insuportável. Ele abriu os olhos e viu a bunda da garota se transformando em algo estranho como se fosse a carapaça de um besouro.
Tentou se desvencilhar, sem conseguir emitir um único som, tal era o seu pavor, mas quando viu que seu pênis houvera sido arrancado de uma só vez pelo cu da garota, deu um grito lancinante.
Durou pouco, o grito, pois um tentáculo em forma de garra o pegou pelo tórax e o esmigalhou como se fosse biscoito no leite.
O vidro do carro ficou todo sujo de sangue e o que restou do seu tronco e cabeça, caiu por cima da buzina, fazendo com que ela tocasse intermitentemente.
Um som alto, que não parava mais...
Ninguém saía das suas casas. Alguém fechou uma janela, irritado e pensou: "Por que ninguém faz alguma coisa?"
O telefone, no ponto de táxi, não parava de tocar.
Antônio estacionou o seu táxi e correu para atender o chamado:
"Táxi!", disse ao fone.
Ficou um momento em silêncio e depois completou:
"Sei onde é, estarei aí em cinco minutos".
Desligou. Deu um assobio contente: uma chamada naquela hora era muito difícil de acontecer. Foi pura sorte ter passado pelo ponto no exato momento que o telefone tocava.
Deu a volta pelo carro, estava abrindo a porta quando ouviu uma voz fina e melancólica:
"O senhor pode me ajudar?"
Ele olhou e viu uma garotinha linda, com uma saia curta e um olhar malicioso e, ao mesmo tempo, angelical.
"Estou perdida. O senhor me leva para casa?".
Ele não sabia o que fazer, mas olhou bem a garota e percebeu que ali estaria uma grande de chance de dar uma foda.
Abriu a porta de trás do carro e mandou a garota entrar.
"Obrigada!", ela disse e entrou.
Antônio fechou a porta do carro e sorriu:
"Hoje é o meu dia de sorte", pensou enquanto abria a porta da frente.
Entrou, ligou o carro e partiu.
Meia hora depois, o telefone voltou a tocar com a mesma insistência de antes, mas desta vez Antônio já estava longe para atender. Muito longe...
Paulo Mohylovski

Nenhum comentário: