As mulheres de Salvador são as que mais bebem de forma abusiva. Cerca de 14% delas, com idade maior ou igual a 18 anos, consumiram mais de quatro doses de bebida alcoólica em um único dia do mês.
Na pesquisa feita pelo Ministério da Saúde em todas as capitais do país, a proporção do consumo de álcool entre as soteropolitanas é a maior e ultrapassa a média nacional de 9%. Houve um crescimento da percentagem em relação à última pesquisa, acompanhada da diminuição do abuso pelos homens. Mesmo assim, os soteropolitanos continuam bebendo três vezes mais que as mulheres.
Se em 2006 a população adulta de Salvador – homens e mulheres – liderava como maior consumidora de bebidas alcoólicas, este ano, dividiu a segunda colocação com Cuiabá. A capital do Maranhão assumiu a liderança do ranking.
O aumento do consumo no país foi geral, passando de 16,1% da população para 17,5%. Outro dado alarmante divulgado pelo governo federal é que, diariamente, 9.681 motoristas dirigem pelas ruas de Salvador depois de abusar da bebida.
Os números são preliminares e integram o monitoramento feito por telefone nos últimos três meses de 2007 – chamado Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico). Foram entrevistadas 54 mil pessoas em todo o país, com uma média de duas mil por capital e Distrito Federal.
A margem de segurança da pesquisa é de 98% e os resultados subsidiaram a Medida Provisória nº415, publicada no Diário Oficial da União na última terça-feira, que proíbe a venda de bebidas alcoólicas nas estradas federais, a partir de 1º de fevereiro. Todos os dias, 150 mil brasileiros dirigem após consumir bebida alcoólica de forma abusiva.
Mortes - Estima-se que entre 40% e 50% das mortes no trânsito, ocorrem com pessoas com alcoolemia, ou seja, presença de álcool no sangue. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é considerada abusiva a ingestão de quatro doses para mulheres e cinco para homens. Cada dose de bebida alcoólica é medida em uma lata de cerveja, uma taça de vinho ou uma dose de bebida destilada.
“A quantidade é suficiente para alterar todos os reflexos e a capacidade de dirigir. É necessário que as informações sirvam de alerta para o Carnaval. Ao sair para se divertir, e se for beber, vá a pé, pegue táxi. O risco é coletivo e beber é incompatível com dirigir”, explicou a coordenadora da área de doenças e agravos não transmissíveis do Ministério da Saúde, Débora Carvalho Malta. Os adultos jovens, com idades entre 18 e 24 anos, são os que mais ingerem bebidas alcoólicas nas capitais brasileiras – contabilizando 23% dos indivíduos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário